Vila Conceição (Praia do Cachimbo) e Pedra Redonda

A Vila Conceição está entre o Morro do Osso e as margens do Guaíba, sendo divisora do bairro tristeza e do bairro Pedra Redonda. Apesar de possuir apenas uma pequena prainha, pouco mais de cinquenta metros, no passado foi zona de veraneio de imigrantes e também daqueles que não podiam se deslocar até o litoral.

Por volta de 1930, foi um loteamento foi idealizado e projetado por Antônio Monteiro Martinez.

O novo bairro foi batizado de Vila Conceição, em homenagem a esposa de Antônio Monteiro Martinez, Zulmira Martinez, já que ela que era devota de Nossa Senhora da Conceição.

Antes disso, a região era considerada parte da Tristeza, e sua área era ocupada por uma chácara de propriedade de José da Silva Guimarães.

Segundo o arquiteto e escritor, André Huyer: Para viabilizar o empreendimento, Antônio Martinez precisou adquirir outros terrenos próximos à antiga chácara de José da Silva Guimarães Tristeza, e poder construir o loteamento. A maioria dos compradores dos lotes era de origem italiana e alemã que vieram em busca de lazer e descanso proporcionados pela proximidade com o Guaíba.

Segundo alguns historiadores, a ideia de veraneio não estava muito associada ao novo bairro, pois a maioria das famílias compraram seus terrenos nas décadas de 1930 e 1940 para residir o ano todo e não apenas para o verão, como era comum em outros balneários da Zona Sul. Ainda assim, muitas dessas famílias também usavam o rio para banhos.

Já naquela época, a pequena praia era também lugar de namoro. A turma namorava lá à noite, fato que ainda acontecia bastante até meados dos anos 90, quando aumentou a violência na região.

Também conhecida por Ponta dos Cachimbos, a Vila Conceição, durante muito tempo, foi o bairro de famílias ricas e abastadas de Porto Alegre. Eram famílias que priorizavam a natureza com seus recantos e as águas limpas do rio.

Ainda hoje encontram-se algumas pessoas que gostam de ir até o local para tomar um chimarrão e apreciar o nosso belo pôr do sol.

A Pedra Redonda, foi a terceira vila balneária do bairro Tristeza e também marcou época na história do veraneio da Zona Sul de Porto Alegre, na primeira metade do século vinte. Era frequentada por uma elite oriunda de imigrantes alemães, o local ficou marcado pelos usos do rio para banhos, esportes náuticos e também para encontros de famílias.

Foram as pedras redondas situadas na beira da praia que deram nome ao balneário, e futuramente, ao bairro. Um lugar rochoso, mas muito atraente.

Segundo o escritor Roberto Pellin, “a Praia da Pedra Redonda foi batizada com esse nome porque em sua praia encontramos três enormes pedras acavaladas, sendo a superior maior e arredondada. É uma praia funda, por ser costa de um morro alto. Tem uma areia grossa, misturada com conchinhas do tamanho de uma unha. Podemos considerar como seus limites, a Ponta dos Cachimbos e o Morro do Sabiá. Começou a ser descoberta em 1900, com a construção de vivendas para veraneio. Muitas famílias se deslocavam para cá nos fins de semana, porém o meio de transporte era muito precário. Em 1908, a rede ferroviária foi prolongada até a praia”.

A partir do início do século passado, um notável desenvolvimento turístico e econômico se deu na região. O requinte urbano foi-se espalhando na Zona Sul da cidade, pois muitas famílias ricas costumavam aproveitar a orla do Guaíba para banhos no quintal dos fundos de suas chácaras. A maioria dos terrenos chegava até à beira do Guaíba, apenas um portão e uma cerca separavam a casa da beira da praia. Muitas dessas chácaras possuíam também guarda-barcos e ancoradouros próprios, para as embarcações dos moradores. A prática de esportes náuticos como a vela, o remo e o iatismo atraíam principalmente grupos de alemães, fazendo com que adquirissem extensas propriedades para uso da família e dos amigos. 

Ainda era possível tomar banho nessa praia quando eu era criança, lá pelos anos 70 e 80. Passear com a família e fazer piqueniques e até churrascos.

Mais alguém sente falta de poder aproveitar as praias do Guaíba?

Texto de Miriam Lima

Fontes: Huyer, André – A Ferrovia do Riacho

Pellin, Roberto – Revelando a Tristeza – Volumes 1 e 2)

Imagem: https://janeterm.wordpress.com/2013/02/15/os-primordios-da-vila-conceicao/ consultado em 04/07/2023 às 17h45min

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