Temos imensa alegria em compartilhar a história de hoje, pois nos traz revelações sobre a verdadeira história da zona sul de Porto Alegre, vou falar primeiro da travessa e depois do personagem, já que esteve escrita erroneamente como homenagem a um médico baiano, por todos esses anos, conforme estudos anteriores:
“TRAVESSA ALFREDO MAGALHÃES
CEP 91751-040
Bairro Ipanema
Não há lei que a denomine, segundo a CMPA. Liga a Avenida Cavalhada e a Estrada Eduardo Prado. Na placa que a identifica, informa que a denominação consagrada pelo uso.
Se pensava que a homenagem era a um Médico, pediatra, escritor, pioneiro na puericultura no Brasil, de mesmo nome, que nasceu e faleceu em Salvador, na Bahia. Lente de Química, na Faculdade de Medicina e Farmácia da Bahia, em 1911. Ocupou cadeira efetiva de Pediatria e Cirurgia Ortopédica. Ocupou vários outros cargos. Defensor da ligação saúde-higiene, como com a educação. Era um católico fervoroso, sendo defensor da paz contra os ataques que sofreu na vida.”
O verdadeiro homenageado: ALFREDO FLORES DE MAGALHÃES, nasceu em 19 de julho de 1905, filho de José Baptista de Magalhães (Juca Batista) e dona Otylia Flores de Magalhães, foi casado com Olinda Borges Magalhães e tiveram cinco filhos: Syloé, Alceu, Joeci, Loreci e Renato.
Aos dez anos de idade foi matriculado no Colégio Cruzeiro do Sul, onde ficou em semi internato até o ano de 1921, quando concluiu o ensino médio, e então voltou para casa, para ajudar seus pais, na agricultura, com novos enxertos de mudas de flores e frutas. Também comprou um ônibus modelo 29 aberto nos lados e explorava a linha de transporte de passageiros, que ia de Teresópolis até Itapuã (a viagem de ida e volta era feita em um dia).
Após esse período dedicou-se a criação de gado e venda de leite, no local onde fica a Travessa que leva seu nome. Ele herdou a parte das terras onde ficava o armazém.
Alfredo tinha o apelido de “Fedoca” e como os pais, era um homem que ajudava o próximo.
Em 1955, a família teve parte de suas terras desapropriadas pela Prefeitura, para alargamento da Avenida Eduardo Prado.
Nos anos 80 os moradores da região criaram a ASCAM – Associação Comunitária Alfredo Magalhães e juntamente com a CEU – Comunidade Ecumênica União, solicitaram junto a SMOV/Prefeitura a pavimentação e implantação de rede de esgotos da Travessa, somente após 10 anos, em 06 de novembro de 1992, finalmente houve a inauguração do asfalto.
O Sr. Alfredo Magalhães faleceu em Porto Alegre, no dia 26 de novembro de 1966 e seu corpo foi sepultado no Cemitério da Vila Nova.
Texto de Miriam Lima
Colaboração: Adeli Sell
Discurso de inauguração do asfaltamento, escrito e proferido por Danilo A. Bonotto em 06/11/1992.