Homero – O relojoeiro da Tristeza

Homero
Homero Hagi Frantzeski

Homero Hagi Frantzeski irá completar 80 anos de idade no dia 26 de dezembro de 2021, é casado, pai de quatro filhas e avô de quatro netas.

Filho de pai grego e mãe brasileira, nasceu em nossa capital e morou até tenra idade no edifício Malakoff, na praça XV de Novembro, prédio conhecido como o primeiro arranha céu de Porto Alegre, tinha 3 andares e foi construído entre 1856 e 1860.

Quando Homero tinha 8 anos, a família mudou-se para o bairro Tristeza, onde mora até hoje, nos altos da Rua Dona Paulina.

O senhor Homero me contou que começou a trabalhar como relojoeiro aos 18 anos, com a ajuda do Sr. Georgíades, da Lojas Athenas, que também era grego e amigo de seu pai, certo dia o Sr. Georgíades chegou em visita na sua casa e perguntou: Homero, não queres trabalhar? Ele respondeu que sim, então o amigo escreveu um bilhete em grego para o Sr. Aristides, que tinha relojoaria na Wenceslau Escobar, recomendando-o. Lá Homero trabalhou por 18 anos, aprendendo o ofício, quando saiu foi montar seu próprio negócio, primeiro onde hoje é o prédio da Caixa Federal, depois em cima da Imobiliária Pedrini e desde 1976 está na atual sala, na Rua Armando Barbedo.

Ele adora futebol, quando cheguei para a entrevista estava ouvindo o Sala de Redação, me contou que jogou futebol de campo e salão até os 50 anos de idade, pelo Clube Bandeirantes. Só não perguntei se é gremista ou colorado.

Sabem aquelas pessoas que tem amor pela profissão? Homero é uma delas.

Me contou também, que pagou a faculdade das filhas consertando joias e relógios. Ele fica triste com uma coisa, os clientes que deixam os relógios para conserto e não vão retirar, a sala está apinhada deles, desde relógios de pulso, até carrilhões. Perguntei a ele se não vende os relógios, depois de um certo tempo, ele me respondeu que tem pena de vender. Portanto, se você que está lendo este artigo deixou um relógio lá para consertar, ou conhece alguém que deixou, vá lá buscar. Tenho certeza de que fará o Sr. Homero muito feliz.

Quando perguntei se caiu muito o movimento com a popularização dos celulares, ele respondeu que sim e que poucas pessoas querem usar relógio atualmente, também se queixou da queda do movimento com a pandemia, “caiu 50% meu movimento, isso que não parei de trabalhar”, contou ele.

Então, se você tem um relógio parado na sua casa, precisando trocar pilha, pulseira ou outro tipo de conserto, leva lá na oficina do Sr. Homero e aproveita para ouvir boas histórias, olhar fotos antigas e passar um tempo agradável.

A relojoaria fica na Rua Dr. Armando Barbedo, 338 – quase esquina Wenceslau Escobar e o telefone dele é 3312.6878.

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