LANDELL DE MOURA – O padre Inventor

Oficialmente, a invenção do rádio é atribuída a Guglielmo Marconi, um jovem inventor italiano, que com apenas 20 anos, realizou seus primeiros e bem-sucedidos experimentos, no ano de 1894. Enquanto isso, o Padre Landell de Moura fez a primeira transmissão da voz humana por meio de ondas eletromagnéticas a partir do Colégio das Irmãs de São José (hoje Colégio Santana), no alto do bairro de Santana, em São Paulo, até a Av. paulista, uma distância de 8km.

Roberto Landell de Moura nasceu em Porto Alegre em 21 de janeiro de 1861, filho do capitão Inácio José Ferreira de Moura e de Sara Mariana Landell de Moura, descendente de escoceses.

Landell foi padre, cientista e inventor, formou-se sacerdote em Roma e voltou ao Brasil para exercer a sua função em igrejas de São Paulo e do Rio Grande do Sul, mas pediu exoneração do cargo por algumas vezes, acredita-se que tenha sido por motivos de intolerância, devido ao seu lado científico, pois sua devoção à ciência e suas ideias avançadas para seu tempo, causaram, por diversos momentos, o espanto e a revolta dos católicos, e isso pode ter sido um fator importante na sua incapacidade de desenvolver um trabalho pastoral estável, e ao mesmo tempo os seus experimentos ocupavam muito do seu tempo, de sua energia e atenção. Além do que, ele teve enorme dificuldades para conseguir apoio e financiamentos para os seus inventos, enquanto o italiano Marconi tinha todo o apoio do governo italiano, o padre brasileiro viu seus projetos ficarem relegados.

Desse modo, Landell teria lançado o rádio um ano antes de Guglielmo Marconi. Seu invento cobria o dobro da distância do aparelho do físico italiano. Em 14 de junho de 1899, o Jornal do Comércio noticiava um invento de Landell utilizado nas telecomunicações: o teléforo. Essas experiências não estão documentadas. Em 9 de março de 1901 Landell obteve para seus inventos a patente brasileira número 3.279.

Também deixou projetos precursores na transmissão de imagens sem fio, sendo considerado nacionalmente um precursor da televisão e das fibras ópticas, porém a falta de documentação não permite que ele seja considerado um cientista reconhecido internacionalmente.

Indo contra a visão católica, o padre Landell demonstrou paralelamente algum interesse pela homeopatia, pela psicologia e pelo espiritismo e com muita dificuldade trabalhou a maior parte do tempo sozinho e encontrou muita resistência e por parte do governo e da população em geral, o que impediu que seu reconhecimento.

Somente na fase final de sua vida religiosa, já tendo relegado a ciência a um segundo plano, sua carreira na Igreja se consolidou, sendo designado sucessivamente: vigário-geral da Arquidiocese de Porto Alegre, cônego e penitenciário do Cabido Metropolitano, monsenhor e arcediago, responsável pela paróquia do Menino Deus e finalmente pela paróquia do Rosário.

O padre faleceu em Porto Alegre em 30 de junho de 1928, com 67 anos, de tuberculose, e seus restos encontram-se na Igreja do Rosário.

Após sua morte teve reconhecimento e foi honrado como:  cidadão honorário da cidade de São Paulo, patrono da Ciência, da Tecnologia e da Inovação do município de Porto Alegre, patrono dos radioamadores brasileiros, e em 2012, por decreto presidencial, seu nome foi inscrito no Livro dos Heróis da Pátria.

Na zona sul de Porto Alegre temos a Rua Padre Roberto Landell de Moura,  no bairro Hípica e a Escola Estadual, no bairro Tristeza, que o homenageiam.

Fonte: wikipédia – AMINHARADIO Uma paixão chamada Rádio. Roberto Landell de Moura Netto. Disponível em: http://www.aminharadio.com/radio/biografia_landell

Imagens: wikipédia