Catarino Andreatta nasceu em Porto Alegre, no dia 25 de Outubro de 1911, filho do italiano Victório Andreatta e da uruguaia Celanira, quando Catarino nasceu já haviam muitos automóveis circulando pelas ruas de Porto Alegre, seu pai, que tinha uma empresa de transportes com veículos de tração animal, já pensava em trocar os carroções puxados por burros, por caminhões motorizados, o sonho se transformou em realidade no ano de 1928, quando Victório comprou suas primeiras caminhonetes Modelo T e Modelo A, Catarino já estava com 17 anos e aí começou sua paixão pelos carros, mas ele não apenas se contentava em dirigir as caminhonetes do pai, queria descobrir os segredos por trás dos motores, então também se tornou um habilidoso mecânico.
No Brasil já estava começando a moda das corridas automobilísticas, incentivado pelo pai e já movido pela paixão aos carros, Catarino resolve se tornar piloto de corridas, até os 26 anos ele dedicou-se ao aprendizado da mecânica dos carros e das técnicas de pilotagem, só então foi para as pistas. Com a ajuda e estímulo de seu pai, ele tirou a caçamba de uma caminhonete Modelo A 1928, colocou estrado de madeira e sobre esse estrado empilhou tijolos, para fazer contrapeso ao carro.
Participou de sua primeira competição no Circuito de Venâncio Aires, em 1937, com o carro preparado por ele e ficou em segundo lugar, ficando atrás de Norberto Jung, considerado o melhor piloto da época.
Então os Andreatta resolveram formar uma equipe para competirem nacionalmente, com o patrocínio do próprio Victório, juntou-se ao irmão Júlio, de 20 anos, que também já pilotava e apresentaram o projeto da equipe ao piloto Norberto Jung, assim nasceu a escuderia GALGOS BRANCOS.
Foi um sucesso, a escuderia Galgos Brancos garantiu vitória em diversas competições, nos circuitos de rua de Porto Alegre, em competições nacionais e nas arriscadas corridas de estradas também.
No Circuito de rua na cidade de Vacaria, em 1942, a equipe toda foi ao podium, Catarino em primeiro, Jung em segundo e Júlio em terceiro.
Nos anos 50 começaram os circuitos em Porto Alegre, inicialmente foi o Circuito da Redenção e após o Circuito Pedra Redonda, percorrendo as ruas da Tristeza, Ipanema e Cavalhada, nos dias de corrida, as ruas eram fechadas e o público se aglomerava nas calçadas para assistirem as “baratinhas”. O Circuito Pedra Redonda era famoso e vinham pilotos da Argentina e Uruguai para a competição.
Além de vencer vários campeonatos gaúchos, Catarino foi campeão nacional das Mil Milhas Brasileiras, ocorrido em Interlagos, São Paulo no ano de 1956, tendo como co-piloto Breno Fornari, com a “baratinha” Ford cupê 1940, apelidada de Brigitte, eles completaram as 201 voltas em 16 horas. Catarino voltou a Porto Alegre com o troféu e as mãos feridas e sangrando.
Em 1964, Catarino subiu ao podium pela última vez, na quinta edição dos 500KM de Porto Alegre, pois já contava com 53 anos e estava doente, com um câncer de laringe.
Após se dedicou ao planejamento dos autódromos de Guaporé, em 1969 e Tarumã (Viamão), em 1970, em virtude do agravamento da doença, Catarino faleceu em 21 de Outubro de 1970, poucas semanas após ter inaugurado o autódromo de Tarumã.
A Rua Catarino Andreatta, em sua homenagem fica localizada no bairro Vila Nova, também foi criado o troféu Catarino Andreatta, para homenagear os pilotos gaúchos que se destacam no automobilismo.
Texto de Miriam Lima
Fontes: Maduro, Paula Andreatta. Memórias do Automobilismo de rua em Porto Alegre, RS (décadas de 1920 a 1950). Porto Alegre, 2010
Terra, Eloy. As ruas de Porto Alegre: Curiosidades ; Como batizar uma rua ; Ruas de muita história. Porto Alegre, 2001
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