Hermes Rodrigues da Fonseca nasceu em 12 de maio de 1855 no município de São Gabriel, a famosa Terra dos Marechais. De família ilustre na região e de tradição no Exército, era filho do Marechal Hermes Ernesto da Fonseca e de Rita Rodrigues Barbosa e sobrinho do Marechal Deodoro da Fonseca, que proclamou a República e foi primeiro Presidente do Brasil.
Assim como seu pai e seu tio, seguiu a carreira militar, em 1871, com apenas 16 anos, já no Rio de Janeiro, cursou Ciências e Letras e ingressou na Escola Militar, foi aluno e seguidor do político Benjamin Constant, que lhe influenciou sobre os ideais positivistas.
Recebeu a patente de General (1900), Capitão, Tenente-Coronel (1894) e Marechal (1906). Foi nomeado chefe da Casa Militar da Presidência e atuou como Ministro da Guerra do governo de Afonso Pena (1906), instituindo o serviço militar obrigatório e promovendo uma reforma no Exército Brasileiro. Também, foi Ministro do Supremo Tribunal Militar (STM).
Em 1878, foi um dos fundadores do “Clube Republicano” do Círculo Militar, organização responsável por destituir a monarquia e instituir o novo regime republicano. Nesse mesmo ano, casou-se com Orsina Francioni da Fonseca (falecida em 1912) com quem teve cinco filhos.
Também teve envolvimento da Revolta da Armada (1893), no Rio de Janeiro, movimento liderado pela Marinha do Brasil, contra o governo de Floriano Peixoto (1839-1895) e, ainda, da articulação da tentativa de golpe dada por seu tio Deodoro da Fonseca para a Proclamação da República, ocorrida dia 15 de novembro de 1889.
Assim como participou da Revolta da Vacina (1904), rebelião popular contra a vacina anti-varíola, ocorrida no Rio de Janeiro.
Em oposição a Rui Barbosa, Hermes da Fonseca vence as eleições diretas, assumindo a presidência do país, com 55 anos, no dia 15 de novembro de 1910, para se eleger presidente foi decisivo o apoio do senador gaúcho Pinheiro Machado, Marechal Hermes governou o país entre 1910 e 1914.
Durante seu mandato aconteceram muitos conflitos, como a crise da política do café com leite, entre os políticos cafeicultores de São Paulo e os fazendeiros de Minas Gerais, os quais revezavam o cargo da presidência do país até então
Além disso, nos primeiros dias de atuação, enfrentou a Revolta da Chibata (1910), movimento dos marinheiros contra os maus tratos recebidos. Mais tarde, a Guerra do Contestado (1912-1916), desencadeada no sul do país e liderada pelo monge José Maria, em Santa Catarina.
Ainda no comando do Governo, casou-se com Nair de Tefé von Hoonholtz, filha do Barão de Teffé, a primeira caricaturista do Brasil. O casamento foi em 08 de dezembro de 1913, no Palácio Rio Negro em Petrópolis.
Após o assassinato do dirigente do Partido Republicano Conservador, Pinheiro Machado (1851-1915), Marechal Hermes afasta-se da política e passa a viver na Europa (Suíça)
Volta ao Brasil em 1921, e elege-se Presidente do Clube Militar, em 1922 foi preso durante 6 meses, por ter se envolvido na “Revolta do Forte de Copacabana”.
Aos 68 anos, já doente, mudou-se para a casa dos sogros, os barões de Tefé, em Petrópolis, onde faleceu no dia 9 de setembro de 1923.
A rua que leva seu nome na zona sul de Porto Alegre, fica no bairro Camaquã, entre a Pereira Neto e a General Rondon.
Texto de Miriam Lima
Colaboração: Adeli Sell
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