É uma rua de apenas quatro quadras, entre a vila Assunção e a Tristeza, na verdade é uma continuação da Rua Caeté (esquina Copacabana) até a Praça Comendador Souza Gomes.
A história desse personagem é muito especial para mim, já que o Sargento Nicolau é meu avô materno.
Nicoulau nasceu em 9 de setembro de 1910, filho de Innocencio José de Farias e Ambrosina Dias de Farias. Cresceu na chácara de seu pai, onde hoje é o terreno que encontra-se a empresa Termolar.
Entrou para a Brigada Militar no início de 1930, seguindo os passos do pai Innocêncio, que era tenente, em seguida participou da Revolução que levou Getúlio Vargas a presidência da República.
Em dezembro de 1932 foi diplomado enfermeiro e padioleiro, assumindo suas novas funções no Hospital da Brigada Militar.
Aos 23 anos casou-se com a viamonense Dorilda Guimarães de Oileira e tiveram seis filhos: Antonio, Maura, José Carlos, as gêmeas Maria do Carmo e Maria de Lourdes, e José Alberto.
Morou sempre na zona sul de Porto Alegre.
Ele destacou-se por atendimento a populares, que não tinham condições financeiras para tratar-se, atendendo em sua casa em seus horários de folga da Brigada.
Quando sua filha Maura, teve paralísia infantil, no primeiro ano de vida, Nicolau fazia nela exercícios fisioterapêuticos, o que provavelmente a salvou de ser paraplégica e voltar a ter os movimentos das pernas, hoje aos 81 anos ela anda com alguma dificuldade.
Nicolau faleceu aos 38 anos, na véspera do Ano Novo de 1948, assassinado dentro do próprio Hospital da Brigada, por um colega que não passou nos exames para enfermeiro , por isso brigou com outro colega, Nicolau ficou no meio do fogo cruzado.
Antes de falecer, o sargento ainda pediu ao auxiliar imediato, que não esquecesse de dar um antibiótico ao doente do leito 1, demonstrando até na hora de sua morte a dedicação que sempre teve em sua vida profissional.
Em 1951 foi sancionada a Lei 713, modificando o nome da rua 23 de Agosto para Rua Sargento Nicolau Dias de Farias.
Foto: acervo da família
