Minha mãe conta que o primeiro passeio em que o meu pai me levou, foi ao Santuário do Padre Reus, na cidade de São Leopoldo, aos três meses de idade (claro que não lembro), mas lembro de que minha avó tinha um quadrinho estofado do Padre na sala dela, onde sempre tinha uma vela acesa, hoje também tenho um santinho dele em meu altar de casa, então posso dizer que minha família sempre foi devota do querido Padre Reus.
Johann Baptist Reus, nasceu na Alemanha, na pequena cidade de Pottenstein, no estado da Baviera, no dia 10 de julho de 1868, filho de João e Ana Margarida Reus, tinha 10 irmãos, os pais eram muito religiosos e deram uma educação nesses termos para os filhos, João Batista e outra irmã seguiram na vida religiosa.
Ordenou-se sacerdote em 30 de julho de 1893 e entrou para a Companhia de Jesus em outubro de 1894.
Chegou ao Brasil em 1900, e iniciou seu trabalho apostólico na cidade de Rio Grande, onde ficou por 11 anos.
Após veio para Porto Alegre, onde foi professor no colégio Anchieta, onde começou a receber agradecimentos por suas graças místicas, que chegaram a perturbar o seu temperamento simples e dedicado.
Em 1913, tornou-se pároco da Paróquia de São Leopoldo, sendo conhecido por sua piedade e devoção. Até o ano de 1923, esteve como capelão do Colégio São José, das Irmãs Franciscanas.
Durante muitos anos foi professor de teologia e orientador espiritual no Colégio Cristo Rei, em São Leopoldo (RS), onde se dedicou à formação do clero.
Em 7 de setembro de 1912, Padre Reus recebeu estigmas que, embora invisíveis, eram extremamente dolorosas.
Sempre se mostrando muito reservado, era conhecido por sua vida santa, de grande união com Deus, o que impressionava a todos que o conheciam.
Fato curioso é que, somente depois de 50 anos de sacerdócio e, a muito custo, aceitou celebrar missa para toda a comunidade, pois, até então, a celebrava apenas em capela reservada. Ele evitava comentar esses acontecimentos que lhe pareciam extraordinários. “Os acontecimentos, que parecem extraordinários são manifestações naturais da divindade”, com isso queria dizer que poderiam acontecer com qualquer pessoa, bastando para isso se entregar a Deus com toda devoção e orar sinceramente. Aceitava as manifestações como se fossem lições para a constante purificação do espírito. Durante a celebração das missas anjos e santos lhe apareciam diversas vezes. Seu Diário Espiritual e Autobiografia revelam uma alma singular e mística. Escritos por ordem dos superiores, registram extraordinárias graças místicas, numerosas visões e êxtases.
Em 10 de junho de 1947, Padre Reus celebrou sua última missa, e faleceu em 21 de julho de 1947, já com fama de santidade, no então Colégio Cristo Rei, São Leopoldo (RS). Foi enterrado no cemitério dos Jesuítas na mesma cidade.
Logo após a sua morte, começou acontecer uma visitação excepcional de fiéis ao seu túmulo para rezar e pedir graças. A partir de então, iniciaram-se os relatos de graças alcançadas por sua intercessão.
Atualmente, o túmulo do Padre Reus, junto ao Santuário do Sagrado Coração de Jesus, é um dos principais pontos turísticos de São Leopoldo e um dos mais importantes pontos de turismo religioso do Rio Grande do Sul, recebendo anualmente 1,5 milhão de devotos
O processo de Beatificação tramita desde 1953 no Vaticano, em 2021 já foram entregues ao Vaticano os documentos que comprovam pelo menos um milagre do Padre Reus.
Aqui na Zona Sul de Porto Alegre temos a Rua Padre Reus, a Escola Padre Reus, a linha de ônibus Padre Res, que homenageiam a este homem dedicado a Deus, do início ao fim da sua vida.
Texto: Miriam Lima
Fontes: Terra, Eloy – As Ruas de Porto Alegre volume 2
Site: padrereus.org.br – consultado em 10/05/200 às 17h28min
Imagem: internet