Nasceu em 13 de dezembro de 1807, Joaquim Marques Lisboa, na cidade de Rio Grande, e teve de ser batizado às pressas na Matriz de São Pedro, tendo em vista iminente risco de vida. A família era de origem lusitana. Joaquim era filho de Francisco Marques Lisboa Eufrásia Joaquina de Azevedo Lima.
Seu pai foi empresário e dirigiu um serviço de praticagem e salvamento de navios, que tinham problemas ao adentrar na perigosa barra do porto de Rio Grande, também era proprietário de algumas embarcações. Portanto, o menino Joaquim criou-se em barcos, navios e na beira do porto.
Jovem ainda, no ano de 1813, fez sua primeira viagem por mar, para o Rio de Janeiro, ao lado do pai, que retornaria. Joaquim permaneceu na Corte, onde encaminhava os estudos e convivia com o ambiente da capital do Império, manifestando já o fervor católico, uma de suas características marcantes. Ele próprio descreveu o prazer que tinha em participar das procissões religiosas. Em 1820 ele retorna ao Rio Grande, e durante a viagem o aprendizado das lides náuticas torna-se cada vez mais cotidiano. No ano seguinte, voltou para o Rio de Janeiro para prosseguir os estudos, na embarcação de seu pai, quando teve a possibilidade do contato próximo com a arte da navegação, pois o capitão convidou o rapaz para auxiliá-lo.

Alguns militares do Imperador, não aceitaram declaração da independência brasileira, e resolveram reagir ao 7 de setembro de 1822. O governo imperial abriu o voluntariado para a nova Marinha, e muitos jovens se apresentaram. Entre eles, Joaquim Marques Lisboa, que contava com 15 anos de idade e foi aceito como praticante a piloto em 4 de março de 1823.
Ele Combateu em todas as lutas do império, entre elas as “Guerras de Independência”, “A Confederação do Equador”, “A Guerra contra Oribe e Rosas” e a “Guerra do Paraguai”.
A Marinha brasileira encomendou, na Inglaterra, seu primeiro navio de guerra de grande porte, a vapor, a Fragata D. Afonso, sendo designado para seu primeiro comandante, em 1847, o então Capitão de Mar e Guerra Joaquim Marques Lisboa (Tamandaré). Durante o honroso comando teve ocasião de praticar feitos humanitários de vasta repercussão: um destes foi o salvamento de passageiros e tripulantes do Navio Ocean Monarch, incendiado próximo a Liverpool.
Já Vice-Almirante, fora homenageado, em 1860, com o título de Barão de Tamandaré. Poucos anos depois, em 1864, assumiu o cargo de Comandante-em-Chefe das Forças Navais Brasileiras em Operação no Rio da Prata.
O reconhecimento da Nação brasileira começou durante a vida de Tamandaré. Em 1865, batizaram um dos navios encouraçados construídos no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro para a Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai com seu nome. Vinte e cinco anos depois, poucos anos antes de sua morte, deram o nome de Tamandaré a um cruzador projetado e construído no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, que ainda é o maior navio de guerra produzido no País. A partir de então, seu nome passou a ser utilizado tradicionalmente para navios muito importantes da Marinha do Brasil. O Cruzador Tamandaré, das décadas de 1950 a 1970, não mais em serviço, foi o último navio que recebeu o seu nome.
Tamandaré recebeu outras provas de reconhecimento por sua contribuição para o País. Foi barão, visconde, conde e marquês, durante o Império. Também foi agraciado com várias medalhas e condecorações, destacando-se o Colar da Ordem Imperial da Rosa, só recebido por Tamandaré, Caxias e pelo Imperador D. Pedro II.
Aqui em Porto Alegre temos a Rua Tamandaré, no bairro Cristal/Camaquã, Rua Almirante Tamandaré no bairro Floresta e a Praça Almirante Tamandaré (ou só Tamandaré), no bairro Petrópolis. Todas homenageando o Patrono da Marinha Brasileira.
Sabemos que ele foi um grande herói nacional, mas nós pesquisadores, que estamos tentando contar a história das ruas da nossa capital, queremos que esse tipo de repetição não volte a acontecer, infelizmente a legislação que rege as ruas de Porto Alegre ainda é muito falha, como nesse caso.
Texto de Miriam Lima
Fonte e imagens: https://www.marinha.mil.br/dphdm/historia/almirante-tamandare consultado em 04/04/2023 às 16h