Acidente no circuito Ponta Grossa – 1968 Delegacia em 1930
Quem passa na Av. Wenceslau Escobar e vê o prédio situado na esquina da Rua Armando Barbedo, não imagina o quanto de história tem guardada ali.
No final do século XIX, a ordem era mantida por uma patrulha a cavalo, que vinha do quartel do Cristal, em dias de festas religiosas, jogos de futebol, bailes e corridas de cancha reta, fora esses dias especiais, a manutenção da ordem no arrabalde da Tristeza era feita pelos pais de famílias e patrões.
Naquela época a cidade era divida em Subintendências (Subprefeituras), daí se originaram os distritos, algumas delegacias foram criadas, mas não cobriam toda a jurisdição do arrabalde, na área policial haviam os destacamentos, que eram deslocados em caso de necessidade, para os locais que não havia proteção policial.
O prédio do posto policial do bairro Tristeza foi construído no ano de 1906, e comandado em seu início pelo Sr. João Ramos, esse prédio sofreu dois incêndios, o último em 1920, quando então foi construído o prédio que existe até hoje.
Em 1926, Tristeza foi elevada à categoria de Distrito e foi nomeado o Sr. Jonathas da Costa Pereira, como subintendente do 6° Distrito. Em 1929, o munícipio em convênio com Estado e todas as subintendências passaram a ser delegacias de polícia, o Sr. Jonhatas então foi nomeado delegado.
O segundo titular da sexta delegacia foi o capitão Mário Cunha, esse deixou boas histórias, ele residia umas três quadras acima da delegacia, na Av. Wenceslau Escobar e ia almoçar em casa, então ele mandava um dos policiais fechar o tráfego na avenida e ia pra casa a cavalo, chegando em casa, dava uma rebenqueada no cavalo e este voltava sozinho para a delegacia.
No ano de 1935 ele mandou ampliar a delegacia, fez um porão grande, ao lado do prédio e trouxe aproximadamente 30 presidiários da Casa de Correção, esses presidiários construíram duas praças na Tristeza, a Comendador Souza Gomes e a Cap. Mário Cunha (o nome do delegado), a primeira todos conhecem, a segunda abrangia todo o local da igreja, estendendo-se pela frente da Escola 3 de Outubro.
No último ano das corridas de rua de Porto Alegre (1968) – Circuito Pedra Redonda, o piloto Breno Fornari se perdeu e bateu na escada da Delegacia com o seu Simca, causando alvoroço geral nos policiais e espectadores da prova.
Atualmente o prédio é ocupado pela 2ª Cia do 1° Batalhão da Brigada Militar, em 2018 o prédio foi reformado com a colaboração de empresários, moradores e poder público, pois estava com vários problemas, desde goteiras e até o assoalho estava cedendo, tomado por cupins.
Fiquei sabendo que já estão sendo feitos estudos para a solicitação do tombamento desse prédio histórico. Espero ter novidades para contar para vocês em breve.
Texto de Miriam Lima
Fontes e Imagens: Revelando a Tristeza – Volume 1 – Roberto Pelin; www.areadeescape.wordpress.com, consultado em 28/12/2021 às 10h15min