Na Tristeza os cinemas apareceram em 1917.
Tivemos três cinemas: O Maravalha, o 7 de Setembro e o Gioconda, sendo este último o mais conhecido e famoso.
O Maravalha surgiu em 1917 e era estritamente uma empresa familiar, Sr. Dario Gontrã trazia as fitas da cidade, Sr. Sócrates Gandolffi, o proprietário do cinema, passava os filmes e sua esposa, Sra. Regina era a bilheteira, o valor da entrada era trezentos réis.
Em 1922, o Sr. Alberto do Valle, que tinha um armazém na Tristeza resolveu fazer um cinema ao ar livre, o pano ficava onde era o antigo Supermercado Real, o negócio prosperou e Sr. Alberto, que tinha o salão 7 de Setembro, passou o cinema para dentro do salão, com o mesmo nome.
A Tristeza crescia rapidamente e já estava merecendo uma casa destinada a ser só cinema, mesmo que este ainda fosse mudo e preto e branco.
Então formou-se a sociedade: José Dariano irmãos e Filipini, que adquiriu o terreno do Sr. Francisco Kral e construíram o Gioconda, na época era de madeira, mas com uma linda fachada de alvenaria trabalhada pelo escultor alemão Germano Dressler.
Uma história curiosa, é que no dia em que estava marcada a inauguração, no verão de 1925, um mecânico que projetaria o filme, tomou um porre, resultado, os personagens do filme apareceram de cabeça para baixo, até pegar fogo na fita.
Nova sessão de inauguração foi marcada, agora com um técnico vindo da cidade e totalmente gratuita. Mas o Sr. Alberto, que continuava com o 7 de Setembro ofereceu, neste dia entrada grátis para as senhoras e as crianças.
O Gioconda dava prejuízo e passou por vários proprietários, até que em 1950 passou por uma reforma geral, sendo adaptado às exigências da época. Após a reforma o salão era alugado também para bailes de carnaval, peças de teatro, encerramento de ano letivo do “3 de Outubro”.
O Gioconda, na época, era tido como local de grandes saraus e festas da sociedade porto alegrense, ao lado do Teatro São Pedro, Teatro Apolo, Teatro Coliseu e Clube Caixeral Porto-alegrense.
O cinema Gioconda funcionou até 1977, após foi estúdio de filmagem do cantor Teixeirinha, agência da Caixa Federal e hoje ainda podemos ver a parte de cima da fachada, embaixo da placa da Loja que funciona atualmente no local.
Fonte: Revelando a Tristeza Vol. 1 – Roberto Pelin
Foto do cinema: Revelando a Tristeza vol.1 – Roberto Pelin (fotografia de antes de 1950)
Imagem do cartaz: acervo do Memorial da Justiça Federal do RS
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