Cemitério da Tristeza

Cemitério da Tristeza
Cemitério da Tristeza
Cemitério da Tristeza

Tenho certeza de que os mais novos não sabem que existe um Cemitério no Bairro Tristeza.

A história começa na segunda metade do século XIX, época que as pessoas já não podiam mais enterrar seus parentes em suas propriedades, e, assim, criaram o cemitério da Tristeza localizado no Morro do Osso – que, segundo o cronista Roberto Pellin, recebeu esse nome em função do cemitério.

Em 1890, havia um terreno para receber sepultamentos, mas era bem pequeno e contava com poucos túmulos. Em 1893, o delegado especial Dr. Américo Fernandez da Cunha, representante da Fazenda Geral e encarregado de providenciar um cemitério para o local, comprou uma área junto ao pequeno terreno que já existia para essa função.

Inicialmente, o cemitério servia para abrigar os túmulos dos imigrantes que habitavam no terreno onde hoje é o prado, no bairro Cristal – a maioria composta por alemães e italianos e que, posteriormente, foram deslocados para a Vila Conceição, tornando-se moradores do arrabalde da Tristeza. Estes homens se reuniram e decidiram murar o cemitério. Todos eram encarregados de ajudar, e a obra ficou sob responsabilidade do pedreiro italiano Antônio Rôncolli.

Segundo Roberto Pellin, o livro de óbitos número 1 do cemitério da Tristeza data do ano de 1898 e conta com apenas um óbito, mas, a partir de 1902, a média subiu para uma centena de registros de óbitos por ano. Mesmo assim, antes do primeiro livro, já havia o registro de óbito de Ubaldina Abreu, falecida em 1891, quando o cemitério não tinha assumido sua configuração atual.

Em 1915, o cemitério da Brigada foi inaugurado nos fundos do cemitério da Tristeza, infelizmente este hoje se encontra coberto de mato, sem nenhuma preservação por parte da Brigada Militar.  Há 2 meses enviei e-mail para a instituição, indagando de quem é a responsabilidade pela conservação do cemitério e não obtive retorno.

Em 1932, o Centro Israelita inaugurou seu cemitério ao lado do da Tristeza.

Durante a administração de Telmo Thompson Flores (1969-1973), pensou-se em extinguir o cemitério para pôr no seu lugar uma praça que teria o nome de Saudade, contudo isso não ocorreu.

Atualmente o Cemitério é administrado pela Prefeitura de Porto Alegre, tem 600 jazigos, e somente são realizados sepultamentos de famílias que já possuem jazigos.

Este post foi publicado em 09/08/2021 no grupo Zonasulpoa.

Texto de Miriam Lima

Fonte: Revelando a Tristeza – Volume 1 – Roberto Pellin

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