Coronel Massot

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Coronel Massot

Affonso Emílio Massot, o Coronel Massot, foi professor e comandante por mais de 20 anos da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, onde é Patrono

Filho do francês Alphonse Theodore Emile Massot de Messimy e de Cesária Amélia Berny de Laquintinie Massot, Affonso, nasceu em 16 de outubro de 1865, e assim como seus seis irmãos, todos nasceram em Pelotas.

Em 19 de Abril de 1902, casou-se com Maria Eduarda de Alencastro, tiveram os filhos: Eurico de Alencastro Massot, Eleonora de Alencastro Massot, Sara de Alencastro Massot, Maria Regina de Alencastro Massot Capanema, e João Batista de Alencastro Massot.

Affonso Emílio Massot fez os seus primeiros estudos com o próprio pai, que era professor e dirigia o chamado Curso Racional. Mais tarde passou a estudar com seu tio materno Carlos José de Laquintinie. Posteriormente, seguindo a vocação paterna, e em companhia de seu irmão Luiz Carlos, fundou em Pelotas o Colégio Evolução, do qual era seu diretor, e onde lecionava Francês, Geografia e outras matérias.

Affonso Emílio Massot, ainda jovem, ficou órfão e chamou para si a responsabilidade de educar os seus irmãos mais jovens: Amadeu e Leontina.

A partir do ano de 1892 iniciou a brilhante trajetória na carreira militar de Affonso Emílio Massot.

Em 15 de Outubro de 1892, foi criada a Brigada Militar, para conter os malefícios da Revolução Federalista que devastava o Estado. E na organização da entidade recém-criada estava prevista a criação de uma Unidade da reserva, na cidade de Pelotas.

E foi com a criação do 1º Batalhão de Infantaria da Reserva da Brigada Militar, na cidade de Pelotas, que começou a vida militar do famoso Coronel, que ingressou na Força como Capitão comandando uma Companhia mudando, assim de profissão, passou de professor a militar.

Pensando em deixar, provisoriamente, de ser um Mestre dos livros para se tornar um Mestre das Armas, cometeu Massot um pequeno engano, pois além de se tornar um eminente militar continuou sendo um brilhante mestre entre seus comandados.

No ano de 1893, ocorreu o seu batismo de fogo, ao participar a 11 de Fevereiro, do Combate do Salsinho, contra as tropas de Gumercindo Saraiva, no local chamado de Carpinteria. Ainda neste ano de 1893, participou ativamente nos combates de:

— UPAMAROTI, a 12 de Maio, aonde conduziu pessoalmente uma linha de atiradores da sua Unidade, pois havia assumido o Comando do 2º Batalhas da Reserva, a 26 de Abril.

— ARROIO PIRAI, em BAGÊ, a 20 de Junho onde comandou com bravura e muito brilhantismo, uma carga de Baionetas

.— SERRILHADA, a 23 de Junho, contra uma poderosa força de cavalaria dos rebeldes.

Em 4 de novembro foi promovido a Major, sendo efetivado, a 17, no Comando do 2º Batalhão da Reserva. Dias depois seguiu para BAGÉ onde participou de 24 de Novembro de 1893 a 08 de Janeiro de 1894, da Resistência ao famoso Sítio de Bagé. Nesta ação defensiva, MASSOT foi ferido no peito. A sua atuação neste Sitio foi tão heroica que motivou uma proposta do Coronel Carlos Teles, para que lhe fossem conferidos pelo Governo Federal, as honras de Coronel do Exército. Massot não aceitou, para não ficar acima dos Tenentes-Coronéis que comandavam Corpos da Brigada. Mas aceitou mais tarde, as de Tenente Coronel do Exército, nomeado por Decreto e Carta Patente assinada pelo Presidente Floriano Peixoto.

No ano de 1894, após se restabelecer do ferimento voltou à ação em 6 de abril, participando da Brigada Teles, seguindo para Rio Grande e tomando parte no Combate da Estação da Quinta, impedindo que os rebeldes invadissem Rio Grande, por terra. À tarde entravam as tropas da Brigada Teles na cidade, onde MASSOT foi promovido a Tenente Coronel e a nomeação para o 2º Batalhão da Reserva, onde vinha prestando serviços desde abril do ano anterior. Ainda nesse ano de 1894, o Tenente Coronel Affonso Emílio Massot era incluído nos quadros efetivos da Brigada Militar, cujo Comandante Geral era o Coronel do Exército Joaquim Pantaleão Telles de Queiroz. No ano de 1895, a 06 de Janeiro, Massot enfrenta em Cacimbinhas, hoje Pinheiro Machado, as Forças do General José Maria Guerreiro Vitória. A 5 de Março lutava contra as tropas de Aparício Saraiva e a 21, novamente enfrentava Aparício, na Estiva, zona do Ponche Verde. E a 13 de Abril participa do Combate de Dom Pedrito, em perseguição às Forças de Aparício Saraiva e Guerreiro Vitória. Sendo este o último combate que participou na cruel Revolução Federalista. A 23 de Abril, assumiu o Ten. Cel. Massot, o Comando do 2° Batalhão de Infantaria, da ativa, da Brigada Militar, seguindo então para a cidade de Rio Grande e depois para Porto Alegre, onde aquartelou. A seguir foi firmada a Paz, na cidade de Pelotas

Então Massot, aos 30 anos de idade, com quase três anos de atividades militares, resolveu voltar à antiga profissão, ele queria somente se dedicar aos livros e aos seus alunos. Pediu sua demissão da Brigada, mas seu requerimento foi indeferido pelo Presidente do Estado, Dr. Júlio de Castilhos, com a alegação que elet merecia toda a sua confiança e a do Comandante Geral. O Presidente o recebe pessoalmente, pedindo que continuasse no serviço ativo. Então ele aceita as argumentações e permanece no Comando do 2º Batalhão de Infantaria. Em 1914 recebeu o Comando Interino da Brigada Militar, quando então, em 1917 foi promovido ao posto de Coronel e efetivado na função.

A partir deste período começaram a se realizar os sonhos de MASSOT, relativos à Brigada Militar. Teve início a fase de ouro da Entidade quanto à parte administrativa, técnica, tática e cultural, com os seguintes eventos:

— Criação do Curso de Ensino, mais tarde Curso de Preparação Militar, hoje o Curso de Formação de Oficiais;

— Regulamentação para o Hospital BM;

— Criação da Escolta Presidencial, hoje 4º RPMon;

—A Brigada passa a ser Força Auxiliar do Exército;

—São criadas três Escolas: Ginástica, Esgrima e Equitação;

— Reorganização Geral da BRIGADA MILITAR;

— Criação do Posto de Aspirante Oficial;

— Formatura da 1ª Turma do CPM (CFO);

— Criação do Serviço de Aviação e trem blindado;

— Tradução do livro “O NOVO OFICIAL DE INFANTARIA NA GUERRA” pelo próprio Coronel MASSOT.

—Em 1923, exercendo as funções de Comandante Geral da Brigada Militar, recebeu a visita da Missão Francesa, comandada pelo General Gamelin, herói da Primeira Guerra Mundial.

Cel. Massot faleceu em Porto Alegre, no dia 21 de outubro de 1925.

A concessão do título de PATRONO DA BRIGADA MILITAR, em 20 de outubro de 1953, foi em consequência do reconhecimento a seus atributos.

A inauguração de uma estátua sua, em Pelotas, coincide com os 127 anos de seu nascimento, 100 anos da BRIGADA MILITAR e da sua inclusão nas fileiras da Força, 67 anos do seu falecimento e 39 da concessão do título de Patrono da Brigada.

Em Porto Alegre, temos a Rua Coronel Massot, que vai da Tristeza ao Cristal e a Escola Estadual Coronel Afonso Emilio Massot.

Texto de Miriam Lima

Imagem: Aambm.org.br

Fonte: Wikipedia

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